João Batista — O jazz como herança de pai para filho
- DESAFINADOS
- 5 de mai.
- 2 min de leitura
Com uma história marcada por música, o guitarrista João Batista fala sobre como o jazz entrou em sua vida desde a infância e como ele está passando esse legado para o filho. Ele também reflete sobre o que é o jazz, dá dicas para quem quer conhecer mais o estilo e fala com carinho da sua relação familiar com o gênero.
Jornalista: João, boa tarde! Pra começar, conta um pouco pra gente sobre você. De onde você é, sua idade, e como começou seu envolvimento com a música?
João Batista: Boa tarde! Eu sou de Belo Horizonte, tenho 38 anos. A música sempre fez parte da minha vida, principalmente por causa do meu pai, que era saxofonista. Desde pequeno eu via ele ensaiando com a banda na garagem de casa. Aos 10 anos, ganhei meu primeiro violão, e nunca mais parei. Mas foi na adolescência que comecei a estudar música de verdade, aí veio a guitarra, depois o jazz.
Jornalista: E como foi seu primeiro contato com o jazz?
João Batista: Foi natural, por conta do meu pai. Ele ouvia muito jazz em casa. Tinha disco do Coltrane, do Charlie Parker, do Chet Baker... Eu não entendia muito bem o que era aquilo no começo, mas me encantava como as músicas nunca pareciam ser iguais, sempre surpreendiam. Quando comecei a tocar guitarra, percebi que o jazz poderia me desafiar como músico. Foi aí que me apaixonei de verdade.
Jornalista: Você pode citar algumas das suas maiores influências dentro do estilo?
João Batista: Com certeza. George Benson, Wes Montgomery e Pat Metheny são gigantes pra mim. Mas também gosto muito do que artistas brasileiros vêm fazendo, como o Nelson Faria e o Chico Pinheiro. A mistura do jazz com a música brasileira é uma das coisas que mais me inspira.
Jornalista: E pra quem ainda não conhece ou não tem o hábito de ouvir jazz, o que você recomendaria?
João Batista: Eu sempre digo pra começar com algo mais acessível. A versão de “Misty” com Ella Fitzgerald é linda e bem tranquila. Também recomendo o disco Breezin’ do George Benson, que é muito melódico. Agora, se a pessoa curtir música brasileira, pode ouvir “Sampa Jazz” do Nelson Faria, que é um bom exemplo de como o jazz e a música brasileira conversam muito bem.
Jornalista: E agora você também está passando essa herança musical pro seu filho, né?
João Batista: Sim! Meu filho, o Gabriel, tem 5 anos. Ainda é pequeno, mas já se interessa. Às vezes, ele senta no meu colo enquanto toco e fica mexendo nas cordas, ouvindo... Outro dia, ele me pediu pra colocar “aquela música do trompete” antes de dormir. Era My Funny Valentine. Aquilo me emocionou. Porque eu lembro de mim pequeno ouvindo com meu pai. Agora sou eu com meu filho. É um ciclo bonito, sabe? O jazz na minha família é mais que um estilo musical. É um abraço, é memória, é amor.
Jornalista: João, muito obrigado por compartilhar tudo isso com a gente. Desejo muito sucesso pra você e pra sua família musical!
João Batista: Eu que agradeço o convite! Foi ótimo poder falar sobre algo que é tão importante pra mim. Por Alisson Araujo, para o Blog Desafinados Publicado em 5 de maio de 2025
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